quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Escrita: para sempre, para tudo e para todos

Dois amigos começam a conversar. Um conta como foi tal dia, outro responde, opina, conta momentos seus também, e após alguns minutos se despedem. Agora fica a questão: estes dois amigos se lembram exatamente de tudo o que ouviram e contaram? Certamente, não! Tudo o que se fala, se perde! Não temos essa capacidade de memorizar palavra por palavra de uma história que ouvimos, e até mesmo das quais contamos. Por isso, é necessária a escrita. Ela registra fatos, guarda histórias, ultrapassa limites de distância, e muito mais. O quão nos beneficiamos com esta genial invenção!
A escrita surge para suprir as falhas da linguagem oral. Tudo começou quando o homem precisou transmitir suas vontades, necessidades e até ideias de uma maneira mais segura de ser compreendida (e de não ser esquecida). Pensemos em uma situação em que um marido precisa sair para buscar comida e pretende deixar sua mulher avisada sobre sua volta ou sobre algum serviço que ela teria de fazer enquanto ele está fora. Há risco dela esquecer ou confundir o que exatamente o marido quer, se o mesmo apenas falar o desejado? Com certeza! Mas se o homem escrever de modo correto e claro todas as atividades que sua esposa deve executar, as chances de se obter sucesso cresce absurdamente. E foi com desenhos nas paredes de cavernas que esta comunicação teve início.
Com a utilização deste contato, deu-se espaço à criação de símbolos para certas palavras, surgindo também a abreviação. Essa fase ficou conhecida como a pictórica.

Em seguida, houve a fase logográfica, onde os desenhos, chamados de logogramas, simbolizavam o nome do objeto representado. As escritas maia e chinesa são por meio de logogramas. Entretanto, nenhum sistema de escrita pode ser completamente logográfico, pois uma palavra pode ter significados diferentes. Por isso existe o fator fonético, que possibilita palavras mesmo sendo pronunciadas iguais não significarem a mesma coisa. Este princípio é mais aplicável a sílabas, como por exemplo, no caso da palavra em inglês sun (sol) que é também a primeira sílaba de sundry (vários). Caracteres desse tipo são chamados de fonogramas, num sistema de escrita silábica, ou silabário, do qual se originaram os nossos alfabetos.
Quando já formulada, a escrita demorou um tempo para se tornar presente na vida de todos. Houve épocas em que apenas determinadas classes podiam ler e escrever, uma vez que dominar essas técnicas recíprocas daria uma “esperteza”, não desejada pelos atuais líderes, à população.
Hoje, você tem tudo em mãos para escrever o que se quer livremente, com as redes sociais, os blogs, com a democracia, na verdade. Contanto que se dê o direito de resposta, óbvio. Sendo assim, aproveite! Abuse desse exercício, abuse dessa liberdade, a qual nem o tempo e nem a distância param!

POR MARIA LAÍS E PABLO BRANDÃO.

Referências:
FARACO, Carlos Alberto e TEZZA, Cristovão. Oficina de Textos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004: 10-11.
SHAPIRO, Harry L. Homem, Cultura e Sociedade. Rio de Janeiro, RJ: Martins Fontes, 1982.

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